Ainda não existem vacinas nem tratamentos para a doença respiratória altamente contagiosa Covid-19. (Foto: Reprodução Forbes) |
Seguindo exemplos da China,
Austrália e França, EUA
testam dois genéricos em corrida por tratamentos para o Novo Coronavírus
Pesquisadores
dos Estados Unidos, seguindo o exemplo
de cientistas de outros países, como da China e da
França, iniciaram estudos para descobrir se remédios genéricos, amplamente disponíveis e de baixo custo,
podem ser usados para ajudar a tratar a doença causada pelo Novo Coronavírus
(Covid-19).
Atualmente, não existem vacinas e nem tratamentos para a
doença respiratória altamente contagiosa Covid-19, por isso os pacientes só
podem receber cuidados paliativos que tratam do combate aos sintomas.
Mas, um teste com 1.500
pessoas, liderado pela Universidade de Minnesota, foi iniciado nesta semana
para verificar se a hidroxicloroquina, usada para tratar a malária, medicamento
disponível no Brasil, pode evitar ou reduzir a severidade do Covid-19. Dois
outros testes estão estudando o remédio losartana, para pressão arterial, como
tratamento possível para a doença.
O medicamento para malária, que
também está sendo testado na China, Austrália e França, foi elogiado no começo
desta semana pelo executivo-chefe da Tesla, Elon Musk, que se recuperou da
malária em 2000 depois de usá-lo.
(Foto: Yulia Reznikov/Getty Images) |
Além de ter um efeito
antiviral direto, a hidroxicloroquina suprime a produção e liberação de
proteínas envolvidas nas complicações inflamatórias de várias doenças virais.
“Estamos tentando alavancar a
ciência para ver se podemos fazer algo além de minimizar os contatos”, disse o
doutor Jakub Tolar, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota e
vice-presidente de questões clínicas. “Os resultados são prováveis em semanas,
não meses”.
A maioria das pessoas
infectadas com o Novo Coronavírus só desenvolve sintomas leves semelhantes aos
da gripe, mas cerca de 20% pode ter doenças mais graves que podem levar a uma
pneumonia, exigindo hospitalização.
O vírus de disseminação
rápida, que surgiu na China em dezembro do ano passado e agora está em mais de
150 países, já infectou mais de 230 mil pessoas e matou mais de 9.900 em todo o
mundo.
Especialistas dizem que pode
demorar um ano ou mais para se preparar uma vacina preventiva, por isso
tratamentos eficientes são necessários com urgência.
Na última terça-feira, 17, uma
equipe francesa disse que os resultados iniciais de um teste de hidroxicloroquina
com 24 pacientes mostrou que 25% dos que receberam o remédio ainda portavam o Coronavírus
depois de seis dias – a taxa foi de 90% entre os que receberam um placebo.
Também nesta semana, a
Universidade de Minnesota lançou dois testes com a losartana: um para medir se
a medicação diminui o risco de falência dos órgãos de pacientes com Covid-19
que foram hospitalizados e outro para verificar se o remédio consegue limitar a
necessidade de hospitalizações.
Hidroxicloroquina
O medicamento é a cloroquina
(CQ), mais especificamente, um derivado dela, a hidroxicloroquina (HCQ),
sintetizada pela primeira vez em 1946 e 40% menos tóxica que a primeira, criada
ainda nos anos 1930.
A cloroquina foi um remédio amplamente usado no combate à malária, doença causada por parasitas do gênero
Plasmodium e
transmitida por mosquito. Com o tempo, novos fármacos contra ela foram
descobertos, e a cloroquina ficou escanteada. Sua produção, porém, continua,
inclusive sob versões genéricas.
A eficácia desse medicamento, tanto a CQ quanto
a HCQ se dá pela alteração do pH da vesícula das células, deixando-as mais
alcalinas. Essa alteração estrutural no interior das células bagunça aqueles
“espinhos” do Coronavírus, que são os receptores que ele utiliza para
infectá-las. Dessa forma, ele não consegue penetrá-las e nem se multiplicar. E
morre.
A hidroxicloroquina também tem ação anti-inflamatória, o que
seria ótimo nos estágios mais avançados do Covid-19, já que ele, o Novo
Coronavírus, mata inflamando os pulmões.
Fonte: Forbes/Reuters
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