quarta-feira, 4 de maio de 2011

Assassinato de Bin Laden é “divisão de águas” para o terror

O assassinato de Osama Bin Laden pelas forças militares estadunidenses, por si só, e bem ao contrário do que muitos pensam ou esperavam, tende a marcar uma reação em cadeia e acirrar incursões terroristas em várias partes do mundo.
Desde a sua criação, e mais ainda, pós-ataque às Twin
Towers [torres gêmeas] do World Trade Center (foto), em Nova Iorque, e ao Pentágono, com a declaração de “Guerra ao Terror” pelo insano ex-presidente dos Estados Unidos, Georde W. Bush, o grupo terrorista Al Qaeda cresceu e se espalhou por diversos países, principalmente europeus. Suas células levaram à descentralização do comando, do recrutamento, da preparação de seus ativistas e, acima disso, das ações a serem deflagradas.
Bin Laden há muito não era mais o comandante, figurando mais como um líder de fato, alguém no qual os integrantes dos grupos terroristas se espelhavam e, hoje, graças às atitudes “mirabolantes”, às intervenções em outros países, à prepotência e arrogância dos Estados Unidos, está transformado em mártir.
Insegurança
Em nome do combate ao terrorismo, a “superpotência” transforma todo o mundo em um campo minado, em um lugar inseguro, já que não se sabe, a partir de agora,
quando, onde e de onde poderão vir os ataques em retaliação ao assassinato do líder terrorista. Diga-se de passagem, até isso ainda é uma incógnita, não tendo sido apresentadas provas cabais da morte do terrorista.
As informações, mais do que as comprovações do “grande” feito do “Tio Sam”, são mais ágeis e despertam, nos seguidores de Bin Laden, a ira e, consequentemente, o desejo de vingança, a qual começou a ser anunciada momentos depois de o populista Barak Obama, atual chefe do governo dos Estados Unidos, usar a televisão para anunciar, com tom de fim do terror no mundo, a destruição do inimigo número um daquele país.
Manifestações
Alguns líderes, como os da União Europeia, tratam o assassinato de Bin Laden como se houvesse esmagado uma simples barata e acabado com a infestação, comemoração que, na prática, demonstra o compartilhamento com o
ensandecimento estadunidense, haja vista a declaração em conjunto, divulgada no início desta semana, dos presidentes Herman Van Rompuy [Conselho Europeu] (foto) e José Manuel Barroso [Comissão Europeia], considerando que o mundo será mais seguro sem Bin Laden e que sua morte justifica que qualquer crime terá como fim o castigo.
Em solo latino-americano as reações não foram muito diferentes.
“Esse é um golpe importante e decisivo para o terrorismo global e demonstra, mais uma vez, que os terroristas, mais cedo ou mais tarde, sempre caem", declarou Juan Manoel Santos (foto), presidente da Colômbia.
Seguindo a linha de raciocínio, Felipe Calderón, presidente do México, também frisou ser "um fato de grande importância" terrorismo, classificando a Al Qaeda como "uma das organizações terroristas mais cruéis e sangrentas no mundo”.
Ponderação
De forma mais branda e sensata, sem tamanho entusiasmo, Chile e Brasil também se manifestaram.
Através do ministro das Relações Exteriores do Chile, Alfredo Moreno, o presidente chileno, Sebastián Piñera (foto), recomendou cautela às
consequências que este assassinato trará e que não se deve “cantar vitória”, mas ficar em alerta em relação às ações terroristas.
O governo brasileiro, também por intermédio do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reforçou prestar solidariedade às vítimas do terrorismo no mundo. “À medida que a Al Qaeda e Osama Bin Laden estiveram – e ainda estão – por trás de estratégias políticas que privilegiam atos terroristas, nós só podemos nos solidarizar com as vítimas e com aqueles que buscam a justiça”.
Consternação
Porém, nem todas as manifestações do mundo ocidental foram festejos ao assassinato de Osama Bin Laden.
Entre esses exemplos, D. José Policarpo, novo presidente da Conferência Episcopal, cardeal Patriarca de Lisboa, Portugal, que considerou: "a violência nunca é solução para nada", admitindo ter ficado indignado com a forma como o
anúncio da morte foi feito ao mundo. "Se a notícia tivesse sido dada ‘tentamos prender o senhor, houve resposta de tiroteio, e num tiroteio o senhor morreu’. Agora, dizer matámo-lo, ou finalmente conseguimos matá-lo, é contra toda uma antropologia... é a dignidade da pessoa humana que está em questão. A maneira como tudo isto acabou é triste", salientou reafirmando que "a violência como método não é solução para nada".
Retaliação
A todo instante chegam alertas das agências internacionais de notícias sobre as ameaças dos grupos terroristas e suas ações, que neste momento trafegam muito mais na via do terror mental do que, efetivamente, em atos concretos. A vingança não acontecerá no furor das emoções, pelo contrário, virá, certamente, em algo muito bem arquitetado e não será de se estranhar em atuações simultâneas, principalmente nos Estados Unidos, nos países da Europa,
no Paquistão e no Afeganistão. Todavia, todo cuidado é pouco.
Em nome da Jihad [guerra santa], a mais recente vingança pela morte de Bin Laden foi anunciada no início da tarde de hoje, 04.
Por meio de um líder da Al Qaeda da província de Abyane, no Sul do Iêmen, ficou claro que a Aqpa, um dos braços da Al Qaeda, prepara um plano de ação para continuar com a Jihad e vingar a morte do terrorista.
Risco Nuclear
Sharif al Masri, apontado como jihadista egípcio, detido no Paquistão em 2004 e que se encontra preso em Guantánamo, afirmou, em setembro de 2008, que se
Bin Laden fosse capturado ou assassinado uma bomba nuclear seria detonada nos Estados Unidos.
Considerado um dos presos mais valiosos de Guantánamo, especialista em temas nucleares, químicos e bacteriológicos, Abu Faraj Al Libi, um líbio de 41 anos, também já teria feito relatos semelhantes.
Em meio a esta “caçada”, quantos inocentes mais morrerão? Essa certamente é uma resposta que nenhum dos dois lados sabe responder, contudo, uma coisa é certa, não serão poucos.
com informações de agências internacionais de notícia

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