Antigo coronel vai ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio e crimes de guerra
BELGRADO, Sérvia — Ratko Mladic [foto], ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, prestou novos depoimentos hoje, 27, ao tribunal sérvio para crimes de guerra. O acusado tentou se esconder da imprensa na chegada à corte, mas jornalistas conseguiram ver de relance um Mladic, de 69 anos, enfermo e bastante envelhecido.
A audiência foi retomada ao meio-dia (hora local) após ter sido suspensa ontem, 26, para que o ex-militar – conforme disse o porta-voz Bruno Vekaric à rede de televisão RTS – fosse medicado.
O tribunal especial para crimes de guerra, em Belgrado, já decidiu que Ratko Mladic está apto para ser transferido para o Tribunal Penal Internacional, em Haia. O antigo coronel do exército da República Sérvia, na Bósnia, é acusado de genocídio e de crimes de guerra.
Ontem, o depoimento foi interrompido devido a problemas de saúde de Ratko Mladic. O antigo comandante não apresentava um discurso coerente e não conseguia sequer responder a perguntas simples como a idade. Por isso foi decidido retomar o julgamento nesta sexta-feira.
«Foi determinado que o general Ratko Mladic está fisicamente apto para comparecer às audiências. Ele recusou aceitar a ata de acusação do Tribunal Penal Internacional (TPI) e por isso decidimos que as condições para a transferência estão reunidas», afirmou a juíza Maja Kovacevic, em declarações à comunicação social.
Assim, Mladic vai ser transferido para Haia, onde será julgado pelo tribunal criado especificamente para apreciar os crimes durante a guerra da antiga Iugoslávia. Também em Haia já está sendo julgado Radovan Karadzic, antigo presidente da República Sérvia na Bósnia e braço político de Mladic no extermínio de muçulmanos.
Vekaric confirmou que os procedimentos para transferir Ratko Mladic ao Tribunal Penal Internacional (TPI) deve levar sete dias. O TPI indiciou Ratko Mladic por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, devido a seu papel na guerra da Bósnia (1992-95) e, especialmente, na matança de Srebrenica, em 1995, quando cerca de oito mil muçulmanos foram executados.
O ex-militar foi preso na madrugada de ontem, 26, em Lazarevo, um povoado no Noroeste da Sérvia. Ele foi encontrado na casa de um primo. A operação foi resultado de um trabalho conjunto dos serviços de segurança sérvios (BIA) e de uma equipe encarregada especialmente de localizá-lo, informou o jornal local Blic.
* Com informações Reuters e AFP
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