Sérvia, Europa – A ministra da Justiça da Sérvia, Snezana Malovic, informou que assinou, hoje, 31, a ordem de extradição de Ratko Mladic que, após audiência, foi levado para o aeroporto de Belgrado, capital sérvia, de onde o antigo general foi transportado pouco antes das 15h, horário de Brasília, num avião da República da Sérvia [foto acima], que decolou de Belgrado rumo a Roterdã, na Holanda. Na sequência, foi levado de helicóptero para a instalação da penitenciária do Tribunal Penal Internacional, em Haia.
A partida de Mladic foi mais rápida do que se previa. Ele foi colocado no avião antes mesmo de o governo confirmar sua partida. Aparentemente, o governo sérvio agiu para evitar mais protestos dos partidários e simpatizantes de Mladic.
No domingo, 29, milhares de pessoas se reuniram na capital sérvia protestando contra a prisão de Mladic e apontando o ex-comandante do Exército sérvio-bósnio como um herói nacional, além de criticar o governo pró-Ocidente do presidente Boris Tadic pela prisão do general.
O tribunal em Belgrado precisou apenas de algumas horaspara tomar a decisão depois de receber o recurso do advogado de Mladic [foto], Milos Saljic, na manhã desta terça-feira, 31.
Saljic alegava que o general precisa de cuidados médicos e está muito doente, sem condições de enfrentar um julgamento.
Depois da decisão tomada pelo tribunal em Belgrado, de rejeitar o pedido de recurso, o procedimento de transporte até o aeroporto foi rápido. De Haia, na Holanda, ele deverá ser levado para um centro de detenção do Tribunal Penal Internacional, na cidade de Scheveningen, naquele mesmo país.
Depois que Mladic chegar ao tribunal em Haia, ele deverá comparecer a uma audiência inicial, antes do início dos preparativos para o julgamento. O general responderá por genocídio, dentre outras acusações.
Mladic, que era um dos acusados de crimes de guerra mais procurados do mundo, foi capturado na última quinta-feira, 26, após viver foragido por quase 16 anos.
A prisão de Mladic era considerada fundamental para as chances de a Sérvia ingressar na União Europeia.
No domingo, 29, o filho de Mladic, Darko Mladic, disse queo pai nega ter ordenado o massacre de Srebrenica, em 1995, quando cerca de oito mil homens e meninos muçulmanos foram mortos e enterrados em valas comuns [foto].
O massacre, ocorrido durante a Guerra da Bósnia, foi a maior atrocidade cometida em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
Também hoje, 31, foi permitido a Mladic visitar a sepultura da filha Ana, sob um forte esquema segurança.
Ana Mladic cometeu suicídio em 1994, aos 23 anos de idade, após supostamente ter lido sobre os crimes do pai em uma revista. Durante a visita de 20 minutos, ele acendeu uma vela e deixou um pequeno buquê de flores. Muitos na Sérvia e em enclaves sérvios na antiga Iugoslávia consideram Mladic um herói dos conflitos dos anos 1990.
(*) Com informações portal DCI
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