Em minoria na Câmara e no Senado, a oposição aposta na insatisfação de integrantes da base governista para tentaralcançar o mínimo de assinaturas necessário para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as denúncias contra o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT) [foto].
As negociações em torno do Código Florestal e a questão referente à liberação de recursos empenhados para obras seriam a porta de entrada para o recolhimento de assinaturas pró-CPMI. "Buscar os insatisfeitos talvez seja uma forma de alcançar as assinaturas necessárias", disse o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
O líder do PSDB na Casa, Duarte Nogueira (SP), também acredita que o "descontentamento" de parte da base aliada pode auxiliar a oposição. Ele reconhece, contudo, que, na Câmara, o trabalho de convencimento terá de ser "mais intenso". São necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores para a instalação da comissão. No Senado, até agora, foram recolhidas 19 assinaturas. "Nós não geramos falsa expectativa. Temos noção do nosso tamanho no Congresso. Precisaremos buscar assinaturas na base aliada", disse o líder tucano no Senado, Álvaro Dias (PR).
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já avisou, no entanto, que não haverá CPMI ou convocação ao ministro Palocci. "O ministro Palocci já deu todas as explicações. Não há motivo para crise".
Esclarecimentos
Paralelamente à tentativa de criar uma CPMI, a oposição continuará tentando aprovar um requerimento para que o ministro Palocci preste esclarecimentos aos parlamentares sobre o aumento de seu patrimônio. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o ministro aumentou seu patrimônio em 20 vezes em um período de quatro anos. Só na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara há pelo menos três requerimentos de convocação de Palocci.
A oposição também apresentará mais duas representações no Ministério Público Federal pedindo a apuração da operação financeira que a empresa do ministro teria feito na compra de um imóvel de uma empresa que estava sob investigação policial e que constaria de um relatório enviado pelo Conselho de Atividades Financeiras à Polícia Federal. A oposição também quer que seja investigada uma emenda orçamentária no valor de R$ 250 mil que teria beneficiado uma fundação em Ribeirão Preto.
Fonte: Jornal do Brasil
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