Instituído pela Associação Brasileira de Imprensa
(ABI), o Dia do Jornalista nasceu de homenagem a Líbero Basaró
O Dia do Jornalista, comemorado em 07 de abril, foi instituído em
1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI),
como homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto
por inimigos políticos em 1830.
Líbero Badaró (foto ao lado), como era mais conhecido, era um oposicionista ao
imperador D. Pedro I e foi o criador do Observatório Constitucional, jornal
independente que focava em temas políticos até então censurados ou encobertos
pelo monarca. Badaró era defensor da liberdade de imprensa e morreu em virtude
de suas denúncias e de sua ideologia que contrariava os homens do poder.
A morte de Badaró alimentou ainda mais a crise que começava a se
instaurar no império de D. Pedro I. A revolta de populares e políticos que eram
contra a repressão do monarca tornaram sua permanência no poder cada vez mais
perigosa, uma vez que atos violentos estavam acontecendo frequentemente. Esse
foi um dos fatores que levaram à renúncia de D. Pedro em 07 de abril de 1831.
A Criação
da ABI
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foi criada para
representar e assegurar aos jornalistas seus direitos e legitimar sua
profissão. A data escolhida para sua criação oficial foi o dia 07 de abril de
1908, haja vista o seu caráter histórico e importância para a liberdade de
imprensa.
A ABI foi idealizada pelo jornalista Gustavo de Lacerda, que
acreditava que os jornais deveriam funcionar como cooperativas com uma missão
social de informar e levar conhecimento à população. Sua ideologia era
contrária ao jornalismo praticado até então, cujos veículos eram empresas que
visavam ao lucro, e a notícia era apenas uma mercadoria. Tal posição fez com
que a associação enfrentasse certa resistência e até boicotes por parte dos
grandes empresários, fator que levou a uma maior demora na consolidação da
entidade.
Uma
Profissão E Suas Diferentes Comemorações
Apesar de o dia 07 de abril ser a principal data brasileira de
homenagem aos jornalistas, outros dias também homenageiam tal profissional.
Confira abaixo as principais datas:
29 de
janeiro: refere-se à morte do
jornalista e abolicionista José do Patrocínio;
03 de
maio: Dia da Liberdade de
Imprensa, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU)
em 1993;
1º de
junho: Dia da Imprensa. Essa
data faz referência ao início da circulação do primeiro jornal no Brasil, o Correio
Braziliense, editado por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de
Mendonça, em Londres.
O Dia do Jornalista, assim como suas áreas de atuação, varia
conforme o país. Nos Estados Unidos, por exemplo, comemora-se em 08 de agosto.
Já na China a data escolhida foi 08 de novembro.
Jornalismo
no Brasil
O primeiro jornal brasileiro não era produzido no Brasil. O
Correio Braziliense foi criado em 1º de junho de 1808 pelo jornalista Hipólito
José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, em Londres. Sua circulação
encerrou-se em 1º de dezembro de 1822.
Os custos de produção dos primeiros jornais eram altos, e a
tiragem era de poucos exemplares, já que a maior parte da população brasileira
era analfabeta. O conteúdo dos semanários tinha um caráter predominantemente
opinativo.
A imprensa brasileira passou a se desenvolver e se tornar mais
popular com a abolição da escravatura, os avanços na educação básica, o
barateamento dos custos de produção e possibilidade de inserção de imagens nos
semanários, que depois se tornaram periódicos.
Graduação
Os jornalistas brasileiros não tinham formação específica até a
década de 1940. Os profissionais do Jornalismo eram, em sua maioria, médicos,
advogados e, posteriormente, escritores.
O primeiro curso de Jornalismo no Brasil, criado em 1947, em São
Paulo, foi o da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. A graduação
nessa área ganhou força na década de 1960, e as seguintes instituições passaram
a oferecer o curso: Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Faculdade
Eloy de Souza (atual Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN),
Universidade de Brasília (UnB) e federais de Goiás (UFG), Ceará (UFC) e
Amazonas (UFAM).
O diploma para o exercício do Jornalismo tornou-se exigência em
1969, o que possibilitou o crescimento e aperfeiçoamento dos cursos de
graduação e, posteriormente, especializações para os profissionais da
comunicação.
A exigência do diploma de Jornalismo para exercício da profissão foi
derrubada pelo Supremo Tribunal Federal em 17 de junho de 2009. A
justificativa foi a de que exigir tal formação cerceava o direito à informação
e à liberdade de expressão e que o diploma, além de servir apenas aos
interesses das instituições de ensino superior, foi exigido em um período de
repressão, isto é, durante o regime militar no Brasil.
O assunto voltou às pautas de discussão definitivamente em 2015,
em uma tentativa de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
pretende restituir a obrigatoriedade do diploma de jornalista.
O
Jornalista
A faculdade de Jornalismo tem duração de quatro
anos, que são divididos em oito períodos letivos. Ainda na graduação, o futuro
comunicador pode colocar em prática as noções aprendidas em sala por meio dos
estágios, que podem ser obrigatórios ou não, conforme a instituição de ensino.
Ser estagiário facilita a inserção do estudante no mercado de trabalho.
O jornalista deve ter domínio de Língua Portuguesa e boas técnicas
de redação; deve buscar manter-se atualizado sobre os principais assuntos, ser
criativo e ter boa comunicação. O profissional pode atuar em diversas áreas e
cargos, alcançando inclusive postos de chefia. Entre as mídias que contam com a
participação do jornalista, estão:
- Televisão;
- Revistas;
- Jornais Impressos (diários ou semanais);
- Rádio;
- Assessoria de Imprensa/Comunicação.
Uma das áreas que mais crescem e oferecem oportunidades aos
jornalistas é a web. Com a popularização da internet e das plataformas
digitais, a busca pela informação instantânea e a possibilidade da
interatividade aquecem o mercado para profissionais dispostos a se dedicarem ao
Webjornalismo.
Outro setor que tem se destacado nos últimos anos é a Assessoria
de Imprensa. O assessor é responsável pela representação de empresas, órgãos,
indústrias ou personalidades em meios de comunicação e perante a sociedade.
Além disso, o jornalista que atua nessa área utiliza o seu conhecimento de
técnicas de redação e edição para produzir notas, notícias e reportagens para
sites, revistas, jornais e até mesmo TV, assim como pode ficar a cargo da
comunicação interna ou, ainda, integrada, trabalhando com os profissionais de
Relações Públicas e Publicidade e Propaganda.
Fonte: Brasil Escola
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