Por
Josias de Souza
A
demissão do presidente do INSS, Francisco Lopes, expõe a linha de montagem que
transforma órgãos vitais da administração pública em antros de safadeza. Lopes
foi ao olho da rua porque comprou programas de computador numa empresa que
funcionava numa loja de bebidas. Esse negócio de bêbado foi orçado em R$ 8,8
milhões. Quem é Lopes? É um apadrinhado do líder do governo no Congresso, André
Moura, um deputado do Partido Social Cristão (PSC) que responde a oito processos
– de improbidade até tentativa de homicídio.
O
cristão André Moura é um fiel seguidor do irmão-presidiário Eduardo Cunha, que
o impôs a Michel Temer. Moura e Cunha rezam pelo catecismo do centrão. Adotam o
lema do “é dando que se recebe”, retirado da oração de São Francisco, para
simbolizar a prática profana de exigir vantagens do governo em troca de apoio
político no Congresso.
Flagrada
pelo jornal O Globo, a compra de softwares na casa de vinhos forçou o
Planalto a agir. O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, denunciado por
corrupção, consultou o multiprocessado André Moura, que tentou segurar seu
afilhado na presidência do INSS. Moura só concordou com a demissão depois que
Padilha lhe informou que Michel Temer, também denunciado por corrupção, o
autorizou a indicar o substituto do demitido. Numa engrenagem assim, tão
apodrecida, nada se cria, nada se transforma, tudo se corrompe.
Fonte: Blog do Josias
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