sábado, 7 de janeiro de 2012

Regime sírio promete “mão de ferro” após atentado à bomba no coração de Damasco

Damasco, Síria – As autoridades sírias garantiram que vão “responder com mão de ferro” ao que descreveram como uma “escalada de ataques terroristas” contra o regime do presidente Bashar al-Assad, depois do ataque de um homem-bomba, ocorrido ontem, 06, em um dos bairros centrais de Damasco, causando pelo menos 26 mortes e ferindo mais de 50 pessoas.
O kamikaze “quis matar o maior número de pessoas”, sublinhou o ministro do Interior, Ibrahim al-Shaar, garantindo que o governo será “impiedoso com quem quer que tente desestabilizar a segurança do país e dos seus cidadãos”.
O atentado ocorreu junto a uma escola, em um cruzamento muito movimentado do bairro de Maidan, na zona histórica da capital síria, que é também um dos focos mais ativos dentro de Damasco na contestação ao regime de Assad – que se arrasta já há mais de nove meses, com um balanço de mais de cinco mil mortos, segundo estimativa das Nações Unidas.
Há duas semanas, 44 pessoas morreram, também na capital síria, em um atentado duplo usando carros-bomba. Na oportunidade, o ataque visava edifícios das forças de segurança – exatamente no mesmo dia em que tinha chegado, ao país, a primeira equipe de observadores da Liga Árabe com a missão de verificar o cumprimento, por parte das autoridades, do plano de pacificação.
As autoridades sírias responsabilizaram, então, a Al-Qaeda pelo atentado, que teve um grau de violência sem precedentes na Síria desde a guerra civil, que opôs as forças do presidente Hafez al-Assad (pai do atual chefe de Estado) às da Irmandade Muçulmana síria na década de 1980.
O movimento de contestação a Assad, que eclodiu, em meados de março, com as primeiras manifestações pró-democracia, inspiradas na Primavera Árabe, até então pacíficas, tem se transformado, ao longo dos últimos três meses, em um violento combate armado. Cada vez mais soldados desertam para as forças da oposição, muitos afirmando terem recusado disparar contra os manifestantes, quando o regime mobilizou tanques e militares para dentro das cidades-embrião dos protestos.
Assad atribui esta revolta contra o regime a “grupos de criminosos armados” e "terroristas" apoiados por estrangeiros, e rejeita o balanço de mais de cinco mil mortos; para as autoridades sírias, a convulsão causou a morte a duas mil pessoas, na maioria soldados e policiais.
A oposição, entretanto, não dá sinais de recuo: acusa o regime de estar por trás dos atentados à bomba com o propósito de descredibilizar a contestação a Assad e pede uma "internacionalização" da missão de observação ao plano de pacificação, expressando insatisfação pelo trabalho desenvolvido pela Liga Árabe.

(*) Com informação Público.pt e Reuters

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