sábado, 7 de janeiro de 2012

Sapatos no ar contra presidente alemão

Berlim, Alemanha – Algumas centenas de manifestantes exigiram hoje, 07, em Berlim, a demissão do presidente alemão, Christian Wulff, empunhando sapatos nas mãos, numa referência aos protestos da "Primavera Árabe".
"Só queremos mostrar-lhe os sapatos, não vamos atirá-los", disse, à agência EFE, Jurgen Janen, porta-voz dos manifestantes, que se concentraram às portas do Palácio Presidencial, na capital alemã.
O motivo da fúria dos manifestantes era o envolvimento de Wulff num escândalo financeiro e mediático.
Na origem do caso está um empréstimo particular de 500 mil euros, para a compra de uma casa, contraído por Wulff junto a um empresário, a juros mais baixos do que os do mercado, quando ainda era ministro-presidente da Baixa-Saxónia, em 2008.
O tabloide Bild preparava um artigo sobre o caso quando, no dia 12 do mês passado, Wulff deixou uma mensagem no correio de voz de um editor do jornal, Kai Diekmann.
O Bild – jornal mais vendido da Alemanha – não divulgou ainda o conteúdo da mensagem. Em carta enviada ao chefe de redação do Bild, publicada pela Presidência alemã, Wulff justifica a sua recusa em autorizar a divulgação da gravação alegando que as suas palavras foram proferidas "num momento altamente emocional", e eram apenas destinadas a Diekmann.
"Já lhe apresentei desculpas pessoalmente, e o senhor aceitou as minhas desculpas e agradeceu-as, a questão entre nós ficou sanada, e no meu entender assim deve ficar", afirma Wulff na carta.
Proposto pela chanceler Angela Merkel para suceder ao anterior chefe de Estado, Horst Köhler, que se demitiu inesperadamente em meio do segundo mandato, Wulff viu a sua popularidade muito abalada com este escândalo, mas recusou demitir-se, na entrevista que deu na última quarta-feira, 04, às duas cadeias da televisão pública.
Na Alemanha, o presidente da república só tem, praticamente, funções representativas e a sua principal arma é a credibilidade e a autoridade moral, para poder pronunciar-se sobre os grandes temas da sociedade.
Os partidos da coligação alemã negaram, hoje, 07, notícias de que negociações estariam em curso para escolher um sucessor, caso Wulff decida demitir-se. A chanceler Merkel já reafirmou a sua "estima" por Wulff.
"A chanceler federal tem grande estima por Christian Wulff enquanto pessoa e presidente, e tem um grande respeito pelo cargo que representa", declarou o porta-voz oficial de Merkel, Steffen Seibert.

(*) Com informação DN.pt, EFE e Reuters

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