Dezenas de tartarugas gigantes de uma espécie que acreditavam estar extinta há 150 anos foram encontradas em uma ilha remota do Arquipélago de Galápagos. Análise genética feita por pesquisadores da Universidade de Yale, nos EUA, revela que pelo menos 38 exemplares de Chelonoidis elephantopus vivem nas encostas vulcânicas da Ilha de Isabela, mais de 320 quilômetros ao Norte de seu antigo lar, na Ilha Floreana, de onde desapareceram caçadas por baleeiros.
"Isto não é apenas um exercício acadêmico", diz Gisella Caccone, pesquisadora do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da universidade e principal autora de artigo sobre a descoberta, publicado na edição desta semana no periódico científico “Current Biology”. "Se pudermos encontrar estes indivíduos, podemos repovoar a ilha de origem. Isso é importante porque estes animais são uma espécie chave na manutenção da integridade ecológica das comunidades nas ilhas".
"Pelo que sabemos, é a primeira vez que se redescobre uma espécie animal extinta", afirmou Ryan Garrick, da Universidade de Yale, e um dos coautores do estudo.
Em sua viagem histórica a Galápagos, em 1835, Charles Darwin observou que os cascos das tartarugas que viviam em ilhas diferentes do arquipélago tinham formatos diferentes – uma das observações que o inspiraram na sua teoria da seleção natural. Os cascos das tartarugas de Floreana, por exemplo, tinham forma de selas, enquanto os de tartarugas de outras ilhas tinham forma de domos. Em Floreana, no entanto, as tartarugas desapareceram após serem caçadas por baleeiros e trabalhadores de uma fábrica de óleo que se estabeleceu na ilha.
(*) Com informação O Globo, JN.pt e AFP
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