Porto Alegre, RS – Enquanto no Sudeste do Brasil, municípios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo sofrem com enchentes, inundações e deslizamentos de terra, no Rio Grande do Sul a situação é oposta e o número de municípios gaúchos em situação de emergência devido à estiagem que atinge o Estado subiu de 98 para 107 de sábado, 07, para ontem, 08, de acordo com balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Segundo o órgão, 460.714 pessoas já foram afetadas pela seca. A Defesa Civil também informou que outros35 municípios emitiram Notificação Preliminar de Desastre.
O número crescente de municípios em situação de emergência fez com que a Defesa Civil ampliasse o decreto para todo o Estado, de forma a agilizar o combate à seca, evitando a burocracia. Conforme o tenente-coronel Paulo Roberto Locatelli, chefe da Divisão de Assistência às Comunidades Atingidas do órgão, está previsto para esta segunda-feira, 09, o anuncio pelo governador em exercício, Beto Grill, da assinatura do decreto coletivo de situação de emergência. A assinatura do documento deve acontecer em Boa Vista das Missões, na região Noroeste do estado. "Essa situação de emergência não é casual. Devido à situação geral, o governador em exercício, Beto Grill, entrou em contato com o governo federal e optou pelo decreto. Existe uma burocracia quando um município entra em emergência e a situação exige que a pessoa prejudicada tenha acesso ao seguro-agrícola e outros benefícios, que só podem ser retirados em situação de emergência, muitas vezes com atraso", explicou Locatelli.
Prejuízos
De acordo com dados da Emater, o município de Júlio de Castilhos é o que registra mais perdas. 90% da plantação em algumas lavouras de milho estão perdidas.
As perdas com a estiagem chegam a R$ 59 milhões em Tupanciretã, na Região Central doestado gaúcho, de acordo com a Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A produção leiteira também está sendo afetada.
Em assentamentos do Incra, onde moram mais de 700 famílias, a situação é ainda mais complicada. Os açudes secaram e alguns produtores dividem a mesma água que consomem com os animais. A prefeitura da cidade abre bebedouros para o gado e deve levar rede de distribuição de água para as localidades mais afetadas.
"Sentimos desespero, vontade de largar tudo. A cada seca, é sempre assim. É muito triste, é o trabalho de uma vida inteira perdido", lamenta o assentado Solon Balin, que perdeu toda a plantação de milho.
(*) Com informação Terra, Correio do Estado e RBS
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